27 de outubro de 2008

Momentos Homer Simpson - Quinta-feira, Abril 21, 2005


Esse post provavelmente vai sair sem pé nem cabeça, já que a minha vida tem sido assim nos últimos dias. Troquei o dia pela noite,comecei a trabalhar de madrugada. Você está acordando e eu estou indo dormir, você está jantando e eu estou almoçando, você está curtindo um sol e eu a minha cama. Nada de ônibus lotado, nada de cliente irritado, posso navegar à vontade, e ainda ganho mais que os outros. Bacana, não? O único problema é a adaptação, nos primeiros dias a irritação é inevitável. Percebi isso no dia que fui comprar um chocolate quente em uma das maquinas do break. Casa dose é 0,25 centavos. Comprei uma, achei uma delicia, coloquei mais 50 centavos para comprar logo mais duas de uma vez. Tinha umas coisas escritas na máquina mas as letras eram pequenas e eu estava com muito sono para ler. Apertei o botão, nada de chocolate, apertei mais uma vez e nada, outra e nada, foi ai que o caboclo Homer Simpson baixou em mim. Falei palavras horriveis para a coitada, sacodi, e nada. Resmunguei, tentei enfiar um grampo para tirar a moeda e nada. Chamei o porteiro: - Tio, ou você pega os meus 50 centavos que está nessa mer** de máquina ou vou dar uma bica e ela vai cuspir a minha moeda na marra. É, eu tinha me tornando um ser irracional. Só não cumpri o prometido por ter me lembrado do aluguel no começo do mês. Um a zero para a máquina. No dia seguinte voltei a enfrentar a fera, e por preocucação resolvi ler as instruções, lá dizia que ela não aceitava moedas maiores que 0,25 centavos. -Aaaah. Foi isso então. Coloquei o dinheiro direitinho dessa vez, apertei a opção chocolate, extra acuçar e iniciar. Tudo lindo, tudo na mais perfeita harmonia, enfim e eu a maquina haviamos selado um pacto de amizade, foi o que eu pensei. Há, como fui ingênua. Quando começou a cair o chocolate percebi que faltava algo fundamental, o copinho. Eu não coloquei o copinho. Gastei 0,25 e o chocolate descia pela caninho, de volta para a maquina, a maldita maquina. Dois a zero para ela. Acho que o bairro inteiro ouviu o meu grito de desespero, ou de ódio. Não sei bem o que senti, só sei que gritei alto, bem alto, para ver se ela ficava com medo, ou quem sabe comovida. Afinal, poxa vida, ela é a minha fonte de glicose na madrugada. Mas não mãe, você não precisa mandar uma cesta de frutas nem falar com meu chefe, eu vou sobreviver. Ontem já consegui comprar um chá, quem sabe amanhã compro um café e mais pra frente um capuccino?


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